Andrés Sanches admite à revista que Itaquerão custará mais de R$ 1 bilhão

Andrés Sanches admite à revista que Itaquerão custará mais de R$ 1 bilhão

 

Presidente do Corinthians diz que apenas ele, o ex-presidente Lula e o homem forte da Odebrecht sabem sobre a parte financeira do estádio

 

 

O custo do estádio do Corinthians, que está em construção e é o principal candidato para ser abertura da Copa do Mundo de 2014, vai custar mais de R$ 1 bilhão, embora tenha sido anunciado oficialmente com o valor de R$ 780 milhões. Quem garantiu foi o próprio presidente do clube paulista, Andrés Sanches. O mandatário fez a afirmação em entrevista à revista "Época".

- Quem fez o estádio fui eu e o Lula. Garanto que vai custar mais de R$ 1 bilhão. Ponto. A parte financeira nin­guém mexeu. Só eu, o Lula e o Emílio Odebrecht (presidente do Conselho de Administração da Odebrecht) - declarou o presidente corintiano.

Questionado pela reportagem da revista se quando a história se tornasse pública, quem seria prejudicado, o mandatário admitiu que o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, poderá ter prejuízo.

- Não vai ficar feio pra ninguém. Vai ficar, talvez, não imoral, mas difí­cil para o Lula. Porque vão falar: “Pô, como é que uma empreiteira se submete a fazer isso? Por que o presidente pediu?”. É o que insinuam até hoje -acrescentou Sanches.

O perfil traçado por "Época", além de recontar a trajetória pessoal e familiar de Andrés, mostra não só como como o dirigente chegou ao poder no Corinthians, mas também seus próximos passos. Como, por estatuto, não pode mais concorrer à presidência, e diante de um provavél racha entre os grupos que o sustentam, a matéria diz que ele fará uma proposta ao Conselho Deliberativo: a criação de uma Comissão, com três pessoas, para acompanhar as obras do Itaquerão.

- Eu no comando, com autonomia total, um outro diretor que eu indique e um integrante da oposição. Quando o estádio ficar pronto, eu entrego a chave e digo "Está aí, ó". Além de um cara da oposição, eu queria botar dois jornalistas. Mas isso não vai dar certo porque vão dizer que é privilégio dos escolhidos - disse, antes de responder por que não incluir um representante do Ministério Público na tal comissão. - Mas aí o cara vai querer aparecer mais do que eu. Promotor é brincadeira, né?

Por fim, Sanchez diz como deseja ser lembrado por suas gestões à frente do Corinthians - a matéria cita que o presidente deixará um "legado inegável": um centro de treinamento que custou R$ 50 milhões e é o terceiro mais moderno da América Latina, a terceira camisa mais valorizada publicitariamente do mundo e o clube brasileiro que mais arrecada com propaganda.

- Que um cara da torcida administrou muito bem o Corinthians. Que existe um Corinthians antes desse cara e um Corinthians depois desse cara.